Ainda não se sabe o que causou a morte da atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos, na última sexta-feira (2). Ela passou mal e foi atendida em três unidades de saúde diferentes de São Paulo e teve morte encefálica.
Ao g1, a mãe e o pai da menina, Thays e Luiz Brandão, afirmaram que ainda é um mistério a causa da morte. A dupla questionou o atendimento das unidades de saúde as quais ela foi.
Millena teve sintomas como dores de cabeça fortes, dores na perna, sonolência, falta de apetite e desmaio. Ela esteve em uma Unidade de Pronto Atendimento e dois hospitais antes de morrer.
No começo, os médicos suspeitavam de dengue, depois infecção urinária e, por último, um possível tumor cerebral. O corpo da menina será velado neste domingo (4).
Dois hospitais e uma UPA
Millena foi pela primeira vez ao Hospital Geral de Pedreira, no dia 24 de abril, queixando dores de cabeça. O médico disse que era dengue, sem fazer exame, e a mandou para casa.
No dia 26, ela continuou com dores de cabeça e depois começaram as dores na perna. “Começou a se queixar de dor na perna, que não conseguia andar. A gente foi de novo para o Hospital Pedreira”, disse a mãe. A menina não teve alterações nos exames de sangue e foi orientada a descansar em casa.
Já na segunda (28), Millena desmaiou em casa e foi levada para a UPA Maria Antonieta. Ela fez exames que descartaram dengue, covid e H1N1. A menina continuou com dores e chegava a gritar.
No dia seguinte, ele teve a primeira parada cardiorrespiratória. “O lábio ficou roxo. Depois a reanimaram e entubaram. A partir desse dia, ela não acordou mais”, contou a mãe.
Na terça-feira (29), ela foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde fez uma tomografia que constatou uma massa de 5cm no cérebro. “Não se sabe se essa massa era um tumor, um cisto, um edema, um coágulo... porque não conseguiram abrir a cabeça dela para ver. E agora, que veio o óbito, vão fazer uma biópsia para saber o que tinha no cérebro dela”, contou.
A menina não tinha mais reflexos desde a terça, quando teve a primeira parada. Na sexta-feira (2), foram feitos os exames de praxe, e o encefalograma constatou morte cerebral.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e aguarda retorno.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde
“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria Regional da Saúde (CRS) Sul, lamenta profundamente a perda da paciente M.M.B. e informa que será aberta sindicância para apuração e esclarecimento detalhado no atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dona Maria Antonieta.
O atendimento à paciente foi realizado na unidade, às 21h do dia 28 de abril. Conforme protocolo de Manchester, foi classificada com prioridade urgente, sendo encaminhada para observação, realizando exames (como o teste de dengue, que deu negativo) e medicação. Sem apresentar melhora clínica, foi solicitada às 07h59, do dia 29 de abril, a transferência via Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (SIRESP). Após sinalização da equipe para a regulação sobre gravidade do caso, às 10h54, a vaga foi concedida pelo Hospital Geral do Grajaú e a paciente foi transferida. A direção da Unidade permanece à disposição para o que for necessário.”