Morre Antério Mânica, mandante da Chacina de Unaí
Ex-prefeito estava internado no Hospital Sírio-Libanês, após sofrer uma queda no quarto e foi diagnosticado com traumatismo Craniano
Publicado em 15/05/2025 12:43
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O ex-prefeito de Unaí (MG), Antério Mânica, de 70 anos, morreu na noite de quarta-feira (14), em Brasília (DF). Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, após sofrer uma queda no quarto e diagnosticado com traumatismo craniano.

Segundo familiares, o ex-prefeito também tratava um câncer no pâncreas e enfrentava diabetes e hipertensão. O estado de saúde dele era considerado grave, porém estável, até a piora nas últimas horas. A informação foi dvulgada pelo jornalista Agnaldo Caetano, de Unaí, e confirmada pela Reportagem.

Conhecido como ‘Rei do Feijão’ Antério era agricultor e uma das pessoas mais influentes do noroeste de Minas Gerais. Ganhou repercussão nacional ao ser apontado como um dos mandantes do assassinato de três auditores fiscais do trabalho e um motorista que investigavam denúncias de trabalho escravo em uma de suas fazendas.

As vítimas foram: Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e Aílton Pereira de Oliveira. Mesmo após a repercussão do caso, Antério foi eleito prefeito de Unaí no mesmo ano, com 72,37% dos votos válidos, e reeleito em 2008.

A prefeitura de Unaí deve decretar luto oficial de três dias na cidade.

Condenação e prisão

A primeira condenação de Antério Mânica foi em 2015, com pena de 100 anos de prisão. No entanto, em 2018, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) anulou a sentença e determinou novo julgamento. Em 2022, ele foi novamente condenado — desta vez a 64 anos de prisão, com direito a recorrer em liberdade.

A pena foi ampliada em novembro de 2023, quando a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) aumentou a punição para 89 anos e determinou a execução imediata da sentença. Mânica se entregou à Polícia Federal em setembro de 2024. Por motivos de saúde, obteve autorização judicial para cumprir prisão domiciliar em novembro do mesmo ano.

Além de Antério, seu irmão, Norberto Mânica, também foi condenado como mandante da chacina. O caso gerou repercussão nacional e marcou a luta contra o trabalho escravo no Brasil.

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