A Polícia Civil do Rio Grande do Norte investiga a morte de uma bebê de oito meses e a internação de uma prima de segundo grau, de 50 anos, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por suspeita de envenenamento após elas terem consumido um pote de açaí que foi entregue na casa delas por um motoqueiro no dia 14 de abril. A família vive no bairro Felipe Camarão, na zona Oeste de Natal, e procurou a polícia após orientação da equipe médica que atendeu as vítimas.
De acordo com o relato da família ao g1, Geisa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos, e a filha de sua prima, Yohana Maitê Filgueira Costa, de oito meses, passaram mal após comerem o produto que a mulher ganhou como presente. Yohana morreu na Unidade de Pronto Atendimento da Cidade de Esperança, enquanto Geisa está internada, entubada e em estado grave na UTI do Hospital Regional de Macaíba.
A Polícia Civil confirma que um inquérito foi aberto para investigar o caso, mas ressalta que ainda não é possível apontar que houve, de fato, envenenamento. Ainda é necessário esperar exames periciais para confirmar o crime.
“O alimento consumido foi encaminhado para análise toxicológica, mas o laudo pericial ainda não foi concluído. Existe a possibilidade de envenenamento, contudo, qualquer afirmação nesse sentido, neste momento, seria precipitada. Testemunhas foram ouvidas e a Polícia Civil segue acompanhando o caso para dar continuidade à apuração dos fatos”, informa a instituição.
Em entrevista ao portal, a mãe da bebê, a dona de casa Danielle Priscila Silva, conta que a criança morreu ainda na UPA, pouco antes de ser transferida para um hospital. “Os sinais vitais dela estavam baixos, o batimento do coraçãozinho baixo, mas com o tempo, ela teve uma melhora, tentaram transferi-la da UPA para o Hospital Maria Alice. A gente não chegou a sair nem da UPA. Na UPA mesmo, dentro da ambulância, minha filha veio a óbito”, diz.
A família recebeu três encomendas anônimas de acordo com o relato de Yago Smith, filho de Geisa, ao g1. O primeiro pacote, um urso de pelúcia e chocolates de origem desconhecida, foi entregue no dia 13 de abril. O alimento foi consumido, mas não houve sintomas que pudessem indicar qualquer envenenamento. O presente teria sido entregue junto a uma mensagem: “depois que te perdi foi que percebi que te amo” endereçado a Geisa.
Depois, no dia seguinte, Geisa recebeu outra entrega, desta vez o açaí com granola, que levou tanto a bebê, quanto Yohana a precisarem de atendimento médico. Geisa chegou a ser medicada e recebeu alta em um primeiro momento. Ela acordou se sentindo bem no dia seguinte.
No dia 15, a família ainda não relacionava a morte da criança com as entregas, mas, no dia, mais uma vez um pote de açaí chegou na casa e Geisa consumiu o alimento. Segundo Yago, ela passou mal em 15 minutos, foi levada para a UPA e ficou internada em estado grave. Os médicos, então, recomendaram que a família procurasse a polícia. Ainda segundo o filho da mulher, a equipe médica desconfiou de envenenamento devido aos sintomas apresentados por ela.
A Polícia Civil recolheu amostras do açaí e de outros materiais que vieram nas entregas para exames periciais. A instituição busca identificar o motoentregador para saber quem pediu as corridas e buscar um suspeito.