A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, de 61 anos, nesta quarta-feira (14). O militar vai responder por tentativa de homicídio qualificado contra o estudante universitário Igor Melo de Carvalho , de 32 anos, e o motociclista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves, de 24.
O Ministério Público também havia pedido para a Justiça a prisão de Carlos Alberto, o que foi negado. Portanto, o acusado permanecerá solto até o julgamento. Na decisão, obtida pelo portal UOL, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1° Vara Criminal da Capital, considerou erroneamente que o MP havia retirado o pedido - o que não aconteceu.
Relembre o crime
Estudante de Publicidade e Propaganda e repórter esportivo, Igor Melo de Carvalho foi baleado na noite do dia 24 de fevereiro deste ano , quando voltava do trabalho para a casa de transporte de aplicativo. Ele e o motociclista Thiago Marques Gonçalves foram acusados de assaltar a esposa do policial aposentado à mão armada e levarem o celular dela. Os dois foram perseguidos pelo PM e presos.
Segundo informações da família, após ser baleado, Igor ligou para colegas de trabalho que o levaram até o Hospital Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio. A polícia foi até a unidade de saúde para prender Igor, que foi mantido internado sob custódia.
No primeiro depoimento à polícia, o militar contou que deixou sua companheira na Rua Irani, na Penha, e foi comprar pizza. Quando estava sozinha, a mulher teria sido abordada por dois homens em uma moto, que levaram o celular dela. Carlos afirmou que pegou o carro e foi procurar os assaltantes com a ajuda da mulher. Ele alega que a esposa identificou a moto onde estava Igor como sendo a dos suspeitos.
No entanto, apesar da acusação, a polícia não encontrou nenhuma arma com a dupla e nem o celular da esposa do militar, que teria sido roubado pela dupla. Ao ser ouvido novamente pela polícia, o agente confessou que não viu nenhuma arma com Igor e disse que o universitário apenas fez um movimento que deu a entender que ele estava armado. Diante da falta de provas, Thiago e Igor tiveram a prisão relaxada pela Justiça.