Morte de professora em SP: Polícia pede perícia em carro da Esposa
Investigadores apuram versão de Fernanda Fazio sobre pane mecânica que a teria levado a chamar a vítima, Fernanda Bonin, pouco antes de seu desaparecimento; DHPP busca Imagens
Publicado em 04/05/2025 08:44
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A investigação sobre a morte da professora de matemática Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos, encontrada sem vida na última segunda-feira (28) na zona sul de São Paulo, ganhou um novo desdobramento. A Polícia Civil solicitou uma perícia técnica no veículo de Fernanda Fazio, esposa da vítima, após identificar possíveis inconsistências em seu depoimento.

Fazio relatou à polícia que, no domingo (27), véspera do desaparecimento de Bonin, seu carro apresentou um problema na caixa de câmbio enquanto se dirigia à casa da professora. Segundo ela, a falha a impediu de continuar dirigindo, levando-a a ligar para a companheira pedindo ajuda. Fernanda Bonin teria saído do prédio para encontrá-la, momento a partir do qual não foi mais vista.

No dia seguinte, o corpo da professora foi localizado em um terreno baldio na Avenida João Paulo da Silva, em Vila da Paz, área próxima ao Autódromo de Interlagos.

Ainda em seu depoimento, Fazio afirmou que, cerca de 30 minutos após pedir socorro, seu carro voltou a funcionar. Como Bonin não apareceu no local combinado, Fazio disse ter ido até o prédio da professora, mas não a encontrou. O desaparecimento foi comunicado à polícia na segunda-feira, após Bonin faltar ao trabalho na Beacon School, escola de alto padrão onde lecionava.

Fontes policiais ouvidas pelo Estadão indicaram que as inconsistências no relato levaram os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a solicitar a perícia no carro de Fazio, especificamente para verificar a alegação sobre a falha na caixa de câmbio.

Apesar da perícia e das dúvidas sobre o depoimento, Fernanda Fazio não é considerada suspeita formalmente, mas sim averiguada no inquérito. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Fazio.

Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as investigações correm sob sigilo no DHPP e que “a companheira e o pai da vítima já foram ouvidos pela autoridade policial”. A SSP acrescentou que “as equipes da unidade seguem empenhadas na análise de imagens que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos e para identificação da autoria do crime”.

De acordo com o boletim de ocorrência, Fernanda Bonin e Fernanda Fazio, de 45 anos, eram casadas há oito anos. Elas não moravam juntas há cerca de um ano, vivendo um período de idas e vindas no relacionamento, e frequentavam terapia de casal na tentativa de reconciliação. O casal tem dois filhos, cuja guarda era compartilhada entre as residências das mães.

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