Esquema milionário termina com empresário morto e investidores lesados em Bh
Suposto esquema de investimentos que teria movimentado cerca de R$ 100 milhões deixa um rastro de prejuízos e termina com investidores se sentindo Enganados
Publicado em 19/05/2025 09:11
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O Ministério Público Federal e autoridades de São Paulo investigam um possível esquema de pirâmide financeira que teria sido encabeçado por um importante empresário paulista. Segundo as investigações, o empresário captava investimentos de outros empresários para financiar uma montadora de cadeiras de escritório.

A captação de recursos ocorria entre 2018 e 2024, com empresários sendo chamados a fazer aplicações milionárias na empresa do executivo. A promessa era devolver os lucros aos investidores, mas este dinheiro nunca chegou.

Em meio a acusações e processos judiciais, O empresário Flávio Batel, fundador e CEO da Soustick Advisors, empresa pela qual os investimentos eram captados, morreu no final do ano passado, dois anos após fechar a empresa.

‘Muito solícito’

Uma das vítimas, um empresário que preferiu não se identificar, investiu R$ 4 milhões e nunca mais teve retorno. “Ele sempre pareceu um cara muito solícito. Ele era ligado à Câmara de Comércio Brasil e Estados Unidos, era professor convidado da Fundação Dom Cabral, tinha uma passagem como auto executivo por grandes empresas. Ele tinha uma consultoria de fusões e aquisições e sempre nos convidava para conhecer. Era uma empresa que parecia muito bem estruturada”.

A promessa de retorno financeiro era de aproximadamente 13%, em poucos meses. Ou seja, um investimento de R$ 1 milhão hoje prometia 13% de rendimento em 2 meses. Entretanto, na hora de pagar, nunca havia dinheiro.

As desculpas para a falta de pagamento eram variadas: “Desde pagamentos pequenos até problemas na nota fiscal e desculpas mirabolantes”, lembrou a vítima.

Grupo de executivos lesados

A advogada Maila Augusto representa um grupo de executivos lesados e afirma haver investimentos que passam de R$ 8 milhões. “Os investimentos variavam desde R$ 100 mil, R$ 300 mil, R$ 1 milhão, R$ 1,5 milhão, 3 milhões, com casos de investidores de $ 9 milhões ou mais”, disse.

Ela afirma haver evidências de uma suposta pirâmide financeira. “Ao analisar os autos, é possível ver uma estrutura que, em tese, poderia ser enquadrada como crime”, disse.

Segundo a advogada, a classificação legal ainda é debatida: “Ainda não tem como afirmar se seria o crime de estelionato ou o crime contra a economia popular, conhecido como pirâmide financeira”, informou.

Apesar de muitos investidores serem experientes, eles teriam caído no suposto golpe. A advogada explica que estelionatários possuem características que afastam a desconfiança. “A habilidade de estelionatário de transmitir confiança e criar um laço emocional é apontada como um dos principais motivos pelos quais muitas pessoas não conseguem identificar a fraude”, acrescentou.

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