O jovem de 17 anos suspeito de ajudar a planejar o massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, participa de uma audiência no fórum da cidade na manhã desta terça-feira (26). O menor entrou pela porta dos fundos do Fórum. O caso está em segredo de Justiça.
Além do menor, na audiência serão ouvidas testemunhas de defesa e de acusação. O adolescente foi apreendido no dia 19 de março e é acusado pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Civil de participar do planejamento da chacina.
Para a investigação, ele foi mentor intelectual do crime. No entanto, a defesa do jovem disse que ele apenas fantasiou o crime, mas não ajudou os assassinos a executá-lo.
Dez pessoas, incluindo dois criminosos, morreram no ataque ocorrido em 13 de março. Outras 11 ficaram feridas. Um rapaz segue internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A situação de Anderson Carrilho de Brito, 15 anos, é estável, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Dois assassinos invadiram a escola na manhã de 13 de março. Depois de encurralados pela polícia, o mais jovem, de 17 anos, matou o mais velho, de 25 anos, e se matou. Os dois assassinos e o adolescente apreendido haviam estudado na Raul Brasil.
Nesta segunda-feira (25), Marcelo Feller, advogado do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), que defende os interesses do adolescente apreendido, confirmou que em 2015 seu cliente conversou com o assassino mais novo sobre atacar a escola, mas que, à época, isso era uma “fantasia” e não um plano.
Evidências
Durante a investigação foram analisados os celulares dele e dos dois assassinos e, de acordo com a polícia, os três aparelhos têm conversas claras sobre o planejamento das mortes.
Entre as evidências estão depoimentos, como o de uma professora que afirma que, no início do mês, durante uma dinâmica de grupo sobre expectativa de futuro, o adolescente "de forma fria, sem expressar qualquer sentimento, respondeu que seu maior sonho era entrar em uma escola, armado, e atirar em várias pessoas aleatoriamente".
Em outro depoimento, um amigo dele disse que o menor havia dito que tinha planejado o crime com um dos assassinos, mas que não sabia quando seria executado.
Além disso, uma testemunha afirmou ter visto o menor com a dupla que executou o crime numa locadora de veículos no dia em que eles alugaram o carro usado no crime. Outra evidência foi a apreensão na casa dele de "uma bota estilo coturno, em estado de conservação novo, muito similar às utilizadas pelos autores do crime".
Com base nessas novas evidências e num parecer do promotor Rafael do Val, a juíza Erica Marcelina Cruz, da 1ª Vara de Suzano, determinou a apreensão provisória do adolescente, por 45 dias, na Fundação Casa.
O ataque
Os assassinos de 17 e 25 anos mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, na quarta-feira (13). Um deles baleou e matou o próprio tio, em uma loja de automóveis.
A investigação aponta que, depois que foram encurralados pela polícia, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou.
A polícia e o Ministério Público tentam identificar se mais pessoas estão envolvidas no massacre de Suzano.
No dia 19 de março, um adolescente de 17 anos foi apreendido por suspeita de ter ajudado a planejar o ataque.
O advogado do menor, Marcelo Feller, afirmou que seu cliente fantasiou o crime, mas não ajudou os assassinos a executá-lo.